Problemas no País das Maravilhas

22/07/2020 15:29

Fonte da foto: Currículo Lattes

.
Por Dilvo Ristoff
.

Em 2011, depois de ministrar um curso ao mesmo tempo presencial e online, Sebastian Thrun, professor titular da Universidade de Stanford, percebeu que era hora de mudar. Presencialmente, o seu curso foi oferecido a 200 alunos da própria Stanford e a distância a mais de 160.000. Os 200 alunos presenciais rapidamente se tornaram 30, pois a grande maioria dos alunos passou a preferir os vídeos do professor ao próprio professor.

 .

A crescente popularidade de seus cursos fez com que Thrun se sentisse motivado a dar passos mais decisivos. Ele abandona a carreira estável de docente e cria a sua empresa, a Udacity, e começa a oferecer Massive Open Online Courses (MOOCs). Segundo Thrun, o que o levou a se aventurar na educação a distância foram as práticas pedagógicas tradicionais, insensíveis demais às mudanças tecnológicas. Em suas palavras: “Tivemos a industrialização, a invenção do celular, da mídia digital e, milagrosamente, os professores de hoje ensinam exatamente como ensinavam mil anos atrás”. E arremata: “Tendo feito isso, não consigo mais ensinar em Stanford”.

 .

A escolha de Thrun é uma escolha entre o tradicional e o novo; entre ministrar aulas para um número pequeno de alunos em uma sala de aula, num horário predeterminado, e ensinar milhares de pessoas, em seus próprios ritmos, tempos e espaços. É também uma escolha entre o velho campus e o campus do futuro; entre a biblioteca como um espaço restrito que abriga um acervo e as ferramentas de busca de informação em todos os cantos do planeta; entre um currículo rígido como o cristal e um currículo maleável como a chama; entre uma sala de aula com paredes e um espaço aberto sem limites; entre o professor sabe-tudo e o professor-orientador, entre o ensino expositivo e o ensino centrado na resolução de problemas.

Continue lendo aqui